Projeto “Ritos e Rituais de Matriz Afro-Indígena” chega em Limoeiro e Arcoverde, em Pernambuco

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A ação promove atividades artísticas, culturais e reflexivas em espaços sagrados distribuídos pelas quatro macrorregiões do Estado


O projeto “Ritos e Rituais de Matriz Afro-Indígena: Conhecer para Preservar” segue sua circulação por Pernambuco, levando arte, cultura e espiritualidade a diferentes regiões. A iniciativa, que conta com incentivo do Funcultura/Governo do Estado, propõe um mergulho nas tradições e saberes dos terreiros de matriz afro-indígena, fortalecendo o diálogo entre religiosidade, ancestralidade e sociedade.


Após abrir sua programação em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, o projeto chega a Limoeiro, no Agreste, nesta sexta-feira (17), a partir das 19h, no Terreiro Egbé Axé Limoeiro, com a aula-espetáculo “Musicalidade e Dança dos Orixás: Ogã e Ilú para os Encantados”, idealizada pelo Pai Àlábíyí.

Em seguida, a ação desembarca em Arcoverde, no Sertão, neste sábado (18), às 16h, no Terreiro Ile Axé Araka Oya Balé, com a atividade “Axé para Mestras da Jurema e sua influência na Moda Afro”, ministrada pelo Babalorixá Pai Almir. Ambas as atividades são gratuitas e abertas ao público.

Segundo o produtor executivo e proponente do projeto, Marcelo Nascimento, a história da Jurema Sagrada em Pernambuco reflete um sincretismo religioso com raízes indígenas, que se fortaleceu e se diversificou ao longo do tempo com influências afro-brasileiras.

“Apesar de ser uma tradição essencial, com fortes vínculos entre as pessoas em todo o país, a Jurema ainda sofre preconceito. Projetos como este são fundamentais para discutir o tema, dar visibilidade à religião e aproximar os terreiros da sociedade”, destaca Marcelo.

O Terreiro Egbé Axé Limoeiro é o primeiro templo de tradição Nagô-Ketu do município. Fundado na década de 1950 pela senhora Montinha de Yansã (1923–1989), a casa religiosa foi reaberta em 1992 pelo neto carnal da fundadora, o Pai Àlábíyí, que desde então vem conduzindo o terreiro com uma atuação marcada pela militância antirracista e pelo diálogo com a comunidade. O espaço integra a tradicional família Bangboxê, com raízes na cidade de Oyó, na Nigéria, e vínculos com importantes terreiros de Salvador/BA.

Já o Terreiro Ile Axé Araka Oya Balé, localizado em Arcoverde, é liderado pelo multiartista José Almir dos Santos, conhecido como Babalorixá Pai Almir. Coreógrafo renomado, com passagem por escolas de samba e grupos afros de Pernambuco e Minas Gerais, Pai Almir é também professor de dança há mais de 30 anos. Atualmente, atua como coreógrafo oficial do Grupo Obá Aiye e coordenador da Companhia de Dança Raízes do Sertão, promovendo a valorização da cultura afro-brasileira e o respeito à diversidade religiosa.

O projeto “Ritos e Rituais de Matriz Afro-Indígena” irá encerrando sua programação em novembro, no Quilombo dos Temóteos, em São Benedito do Sul, na Zona da Mata Sul.

Serviço – Limoeiro (Agreste)

Aula-espetáculo: “Musicalidade e Dança dos Orixás: Ogã e Ilú para os Encantados”

Quando: 17/10 – às 19h (sexta-feira)
Local: Terreiro Egbé Axé Limoeiro
Endereço: Rua Barão de Bonito, nº 160 – Bairro Ponto Certo, Limoeiro/PE
Acesso gratuito
Serviço – Arcoverde (Sertão)

Exposição e Conversa: “Axé para Mestras da Jurema e sua influência na Moda Afro”

Quando: 18/10 – às 16h (sábado)
Local: Terreiro Ile Axé Araka Oya Balé
Endereço: Rua Josino Severo de Araújo, nº 479 – Bairro São Cristovão, Arcoverde/PE
Acesso gratuito

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